domingo, 31 de janeiro de 2010

Lenine dia e noite.

"Eu só eu no meu vazio
Se não morreu nem existiu.

Só eu só no meu pavio
Futuro pó que me pariu".

sábado, 30 de janeiro de 2010

Clausura semanal

13 ligações perdidas. "Vai atender? Não, deixa tocar, só coloca o celular no silencioso pra eu não sentir mais remorso".
Às 2h e alguns minutos da manhã aparece aquela imagem morena, suja, suada, desarrumada, mas tão viva dentro da agora sua prisão semanal.
Agora, no meu penúltimo dia (sábado) dentro de casa eu me sinto como um presidiário ao sair da cadeia. A sonhada liberdade acontece enfim, com direito a pena reduzida por bom comportamento. Não foi ruim, entretanto a ansiedade voltou intensa junto ao turbilhão de pensamentos.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Juras quebradas ou Mr. D

Entre lamentações e desabafos surgiu o nome dele. As críticas não eram esperadas e me assustaram aos poucos, formando uma angústia dolorosa de como dizer adeus depois de um suposto envolvimento. A partir de então as mensagens tão ansiosamente esperadas já não eram bem vindas, mas como me despedir agora? Eu tentei evitar, mas não ir ao seu encontro ficava cada vez mais difícil. Chegou o dia em que ele completaria sua idade libertadora e eu ignorei amargamente, fingindo se quer lembrar. Doeu, entretanto eu havia prometido me afastar, afinal desde o princípio eu soube que não tínhamos nada em comum, só aquela atração mutua tão ardente, queimando a cada toque de quero mais.
Domingo veio enfim e eu me pus de frente a ele, acreditando levianamente que poderia resistir. Conversas longas, porém com distância, era assim que me mantinha, embora eu soubesse que no fundo queria. E foi aí que a noite desandou, quando a santa mensagem chegou de que os conselhos sobre ele já não simbolizavam nada, pois afinal nunca somos nada. Somos apenas uma mutação constante e em desenvolvimento, sempre procurando aprimorar os ensinamentos de uma vida. Eu passei a me deixar levar pelo desejo e meu corpo já agia por si só. Não era mais eu, éramos nós. Os rostos aos poucos se encontravam com leves carícias. O nariz que roçava na pele macia e sentia o fogo queimar, a vontade atiçar. E as bocas que já se aproximavam, as vezes com uma relutância fingida, num encontro de lábios que se buscavam aos poucos com mais freqüência, desejando-se cada vez mais. Agora já não eram apenas bocas, eram toques, e assim seguiu a noite, vivendo cada momento ao seu lado. "Até que não foi ruim" eu disse a ele, ouviram-se risadas contentes. No fim das contas não havia arrependimento, só o êxtase de ter aproveitado aquela noite maluca de álcool, cigarros, passeios noturnos na praia e alta velocidade ao lado de quem me fez tão bem.

domingo, 24 de janeiro de 2010

Um Começo

Minha primeira postagem.
Hmm, não sei bem o que digitar ainda, vou esperar surgir palavra por palavra, frase por frase, parágrafo por parágrafo, ou não. Talvez, quem sabe. Dúvidas, dúvidas, uma vida cheia delas.
Hoje foi um dia bonito, com direito a uma tarde memorável. Aula de tango com dois casais argentinos na Kirinus às 13h30min, o suficiente pra me desgastar até meu corpo não ter mais forças. Incrível como dançar me faz viajar, é outra dimensão leve e tranquila. Uma serenidade que me toca com dedos suaves na cintura, subindo tão delicadamente pelas costas e descendo de forma atenta ao quadril, mantendo as pernas ansiosas (mas pacientes) pelo movimento revigorante. Proporcionalmente se espalha pelo corpo e me faz um bem inquestionável. Dançar me faz feliz, não importa o quão mal esteja o meu dia. É o meu santo remédio!
Retornando à aula, foi ótima! Consegui me socializar, o que nem sempre acontece pela minha timidez súbita de dias sim, dias não. Sempre esporádica ela, seletiva talvez, não sei. Bem, conversei com pessoas interessantes, e outras nem tanto, mas principalmente dancei com quem queria. Uma pessoa em especial. Não que eu esteja apaixonada, embora ela me atraia, mas é que ela tem um "quê" de especial por ser exatamente o que ela é. O indivíduo é um homem bonito que dança maravilhosamente bem, tanto que eu me sinto feliz só de ver ele dançar, mas o que me atrai nele é a personalidade. Sempre alegre e brincalhão, transmitindo uma confiança inacreditável. Jeito de quem é confiável e de quem sabe viver. Tem interesses em coisas que eu gosto também, meio excêntricas. Agora uma coisa que acima de tudo me fez simpatizar com ele é o fato de amar a dança, senti-la em cada poro do seu corpo e ansiar por ela da forma mais pura possível, sem medo de demonstrar isso. É bonito de ver, eu garanto.
Acabei escrevendo de um alguém que não sou eu, mas uma coisa pode-se saber sobre mim a partir desse primeiro texto: Eu e a dança somos uma só. Não sou profissional e ainda me falta muito pra isso, mas que fique registrado que ainda quero muito desse mundo dançante, e que vou lutar arduamente pra ser reconhecida um dia. Vai demorar eu sei, mas eu vou viver um dia por vez, afinal o que adianta conseguir uma coisa sem mérito algum?